FRASE DO ANO...

De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto...

terça-feira, 28 de junho de 2011

QUANDO SE CHEGA AOS SESSENTA...

Chegar aos sessenta anos, é como entrar num local desconhecido... a gente para, para reconhecer o novo ambiente;
A primeira grande constatação: seu plano de saúde aumenta o valor da mensalidade em 50%, porque você passa a ser considerado IDOSO;
Teoricamente, feliz, você constata que não precisa mais enfrentar filas, mas, imediatamente, percebe que nem sempre vale a pena, porque a maioria dos(as) atendentes não respeitam a condição de idoso que você acaba de adquirir e você acaba descobrindo que, as vezes, é vantagem ficar na fila dos COMUNS (sempre aparece uma alma caridosa que lhe deixa passar na frente);
Ao chegar nos sessenta, automaticamente você para e lança um olhar para trás, para conferir o longo caminho percorrido;
Descobre que, os sapos engolidos, os desertos atravessados, as esquinas dobradas, em sua maioria absoluta, foram-lhe impostos, pelas responsabilidades que você assumiu e, pelas irresponsabilidades de outros, que faltaram com o respeito a sua vida;
Descobre, que, as responsabilidades, que você assumiu, você lutou para cumprir, e, bem ou mal. as cumpriu;
E descobre que, ao contrário, nem todas as responsabilidades que assumiram com você, foram cumpridas;
E constata que isso não tem mais importância;
Porque, ao lançar um olhar para o caminho que falta percorrer, constata, que não haverá tempo para que consertem isso.
Daí, ao chegar aos sessenta, você descobre que as pessoas que lhe são queridas, são, porque você, muito mais, as fez queridas, do que, propriamente elas se fizeram queridas;
E conclui, que, isso também não tem importância, pois constata, que o que vale, é o quão você as faz queridas, sem interessar se elas se fizeram, ou não, queridas.
Ao chegar aos sessenta, você constata, triste, que ainda imperam, três estados, que, não deixam o ser humano ser humano em sua plenitude: a hipocrisia, o egocentrismo e a cobiça;
E que esses três estados, se multiplicam nos outros todos;
Na hipocrisia, é quando as pessoas pensam que são o que não são; aí, entram, imposições, tentativas de se fazer da vida dos outros, continuação da sua, da maneira como ACHA que é certo, esquecendo que a LEI DO CERTO E ERRADO, varia de pessoa para pessoa, de família para família;
No egocentrismo, pensa-se que se é o CENTRO DO UNIVERSO, e, que o mundo gira em torno de si; a decepção da descoberta que não é bem assim, torna as pessoas amargas e agressivas;
E na COBIÇA, cobiça-se tudo, menos o mais importante; não se cobiça o amor do próximo, que é a maior riqueza, que o homem pode adquirir... riqueza também conhecida como AMOR;
Enfim, quando se chega aos sessenta, a analogia com a história do náufrago, é incontestável:

“Certo homem, se salvou de um naufrágio e chegou a uma ilha deserta (bem ao estilo Robinson Crusoé).
Era como se estivesse chegando a uma nova vida... nascendo.... renascendo...
Passou grande parte do tempo aprendendo a sobreviver, a buscar comida... a proteger-se do sol, do frio, das doenças, dos predadores... a juntar achados e guarda-los, sem saber bem para que....
Ficava horas olhando o horizonte, na esperança de ser encontrado (ou conquistado);
Até que olhando as grandes árvores, imaginou que podia construir um barco para sair dali;
Embrenhou-se na floresta e escolheu a maior e mais frondosa árvores para seu projeto;
Derrubou a árvore e pôs-se construir seu barco; Um enorme tempo... quase uma vida depois, finalmente o barco estava pronto; rejubilou-se com sua obra, um enorme e lindo barco; festejou, dançou em volta; eis que olha para o barco e descobre o tempo que perdeu, as forças que perdeu, e mais, que já velho e cansado, não teria forças para levar o enorme barco construído até a água e nem de construir um barco menor... chorou o choro do desespero... porque não escolhi uma árvore menor? Lamentou-se tardiamente”.

Analogamente, quando a gente chega aos sessenta, descobre que, tudo era mais simples; não havia necessidade de projetos tão vultuosos...
Mas, em compensação, satisfeito, certifica-se que o que está feito, está feito, e, se não há forças para levar o barco para a água, há a satisfação de tê-lo construído...
E as gerações subsequentes, que tratem de levar o barco para a água.... OU NÃO!!!!
Enfim, chegar aos sessenta, a gente descobre que não é tão ruim assim...
Descobre, por exemplo, que a despeito do que muitos pensam, o tempo não pára, para que consertemos nossos erros, ou para que façamos outros projetos, ou tenhamos outras atitudes; ninguém desliga botões para fazer alguma coisa e depois religa para voltar no mesmo ponto, ao processo anterior. Com certeza, o tempo que imaginava desligado, passou, e não volta mais; e nesse ínterim, as coisa MUDARAM muito...
COM SESSENTA, a gente tem CERTEZA... o que passou PASSOU e NÃO VOLTA mais; ninguém voltará a viver o minuto que passa, e, o que se deixou de fazer ali, morreu ali... é irrecuperável e IMPERDOÁVEL...
É chegando aos sessenta, que se certifica que, PERDOAR É FÁCIL... difícil é ESQUECER e se LIVRAR das CICATRIZES...
Enfim, consegue entender que se falta pouco para a linha de chegada, o pouco que falta É ESPECIAL....
Só quem chega até os sessenta sabe O QUANTO...

quarta-feira, 15 de junho de 2011

A Saudade fala Português (garimpado na INTERNET)

Eu tenho saudades
de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz,
quando me lembro do passado,

Eu sinto saudades...
Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
De pessoas com quem não mais falei ou cruzei...

Sinto saudades da minha infância,
do meu primeiro amor, ah! Como eu sinto
do meu segundo, do terceiro, do penúltimo e
daqueles que ainda vou vir a ter,
se Deus quiser...
Sinto saudades do presente, que não aproveitei de todo, lembrando do passado e apostando no futuro...
Sinto saudades de quem me deixou
e de quem eu deixei,
de quem disse que viria e nem apareceu;
Sinto saudades do futuro,
que se idealizado,
provavelmente não será do jeito
que eu penso que vai ser...
Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito;
daqueles que não tiveram como me dizer adeus;
de gente que passouna calçada contrária da minha vida e
que só enxerguei de vislumbre;
de coisas que eu tive e de outras que não tive mas quis muito ter;
de coisas que nem sei se existiram, mas que se soubesse, decerto
gostaria de experimentar;
Sinto saudades de coisas sérias, de coisas hilariantes, de casos, de experiências...
Dos livros que li e que me fizeram viajar,
dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar,
das coisas que vivi e das que deixei passar, sem curtir na totalidade
Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que, não sei aonde,
para resgatar alguma coisa que nem sei o que é, e nem onde perdi...
Vejo o mundo girando e penso
que poderia estar sentindo saudades em japonês, em russo, em italiano, em inglês,
Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria, espontaneamente, quando estamos desesperados,para contar dinheiro,
fazer amor e declarar sentimentos fortes,
seja lá em que lugar do mundo estejamos.
Eu acredito que um simples "I miss you",
ou seja lá como possamos traduzir saudade
em outra língua, nunca terá a mesma força
e significado da nossa palavrinha.
Talvez não exprima, corretamente,
a imensa falta que sentimos de coisas ou pessoas queridas.
E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra para usar
todas as vezes em que sinto este aperto no
peito, meio nostálgico, meio gostoso, mas que funciona melhor do que um sinal vital quando se quer falar de vida e de sentimentos.
Ela é a prova inequívoca de que somos
sensíveis, de que amamos muito
o que tivemos e lamentamos as coisas boas que
perdemos ao longo da nossa existência...
Sentir saudade
é sinal de que se está vivo...